Passagens subterrâneas entre Ipiranga e Vila Mariana exigirão retirada de praças
quarta-feira, 20 de outubro de 2010Na zona sul também está prevista a construção de dois túneis, com duas pistas cada, sob a Avenida Domingos de Morais, interligando as Avenidas Ricardo Jafet, no Ipiranga, e Sena Madureira, na Vila Mariana. Ao contrário do projeto na zona norte, o Complexo Viário Sena Madureira deverá desapropriar “habitações irregulares” e três “áreas públicas” (praças), segundo estudo de impacto ambiental (EIA-Rima) da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
Cerca de 50 famílias que ocupam de maneira irregular dois terrenos da AES Eletropaulo, nas Ruas Souza Ramos e São Gilberto, serão desapropriadas. “Alguns moradores já foram avisados, mas nem todo mundo sabe o que vai acontecer”, conta Leonildo Dimas, de 34 anos, morador da área invadida – cercada de imóveis de alto padrão.
Procurada pela reportagem, a Eletropaulo não respondeu. No documento ambiental, a Prefeitura não menciona para aonde as famílias desapropriadas serão encaminhadas. O EIA-Rima só afirma que, na região, não serão construídos imóveis “de interesse social” para abrigá-los.
Pelas passagens subterrâneas, que juntas terão 990 metros de extensão, deverão trafegar 6 mil carros por hora. Pelo atual traçado, as Praças Adélia Bastos Birkholz e Lasar Segall, na Vila Mariana, e Guté, na Chácara Klabin, sofrerão intervenções.
Praças abandonadas. Moradores ouvidos pela reportagem são favoráveis. “A praça (Lasar Segall) não tem equipamentos de lazer e serve de ponto para os flanelinhas e vendedores ambulantes”, afirma o taxista Evandro Gouveia Jesus, de 56 anos. “A Prefeitura abandonou a Praça (Guté). Virou moradia para moradores de rua”, diz a fisioterapeuta Alessandra Lee, de 26 anos.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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Com referência ao túnel de interligação Sena-Madureira Imigrantes, em fase de licença ambiental, cujo túnel já se encontra licitado, temos a informar o quanto segue.
A PMSP alardeia que o projeto viário será feito em áreas públicas, algumas ocupadas por favelas, mas sem desapropriações. Assim consta, inclusive, do EIA/RIMA (pag. 86), disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/eia__rimaeva/index.php?p=5403
Todavia, levantando dados do traçado oficial que consta da PMSP, referido túnel importará na desapropriação parcial do condomínio Klabin Residence, com mais de 30 famílias, mais outros condomínios nas ruas Sousa Ramos e na Dr. Barros Cruz. Inclusive, há um prédio em obra (Splendor Klabin), no número 168 da R. Dr. Barros Cruz, que estaria na área diretamente afetada, e os imóveis ainda estão sendo vendidos. Assim, inclusive, seguiu nota do Estadão, disponível em http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/gasparzinho/
O EIA-RIMA não mostra essas interferências e tantas outras, conforme laudo divergente apresentado pelos moradores do bairro na audiência pública realizada em 28/10/2010.
Vale notar, ainda, que esse projeto foi traçado há muitos anos atrás, antes da existência do Klabin Residence, quando lá só havia um terreno baldio e um drive in. Não por coincidência, Klabin Residence nem aparecia no traçado do projeto. Somente após os moradores tomarem conhecimento do projeto e, tendo mandando os IPTUs para o responsável da SIURB, é que se verificou a existência do condomínio. Foi quando se descobriu a interferência em 4 metros de todas as 16 casas que ficam de um lado do condomínio.
A SIURB prometeu aos moradores a modificação do traçado (http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2125385/tunel-da-sena-madureira-nao-deve-desapropriar-conjunto-habitacional) e, logo em seguida, o projeto passou à EMURB, que fará a obra. Mas o traçado atual ainda está errado, pois posiciona Klabin Residence em ângulo equivocado, dando a parecer que só atingiria a portaria, quando, de fato, a foto aérea mostra que pegará a integralidade de umas 7 casas, mais a parcialidade de 9 casas.
Há mais. Tomamos conhecimento de que esse projeto teria sido engavetado anteriormente, porque a equipe técnica de governo anterior (não sabemos quem era o prefeito) verificou a inviabilidade da obra. Isso porque a desembocadura do túnel estaria errada. Não sabemos se esse veto técnico ainda está disponível no CADES, mas pode ser levantado.
Na audiência pública realizada no instituto de engenharia em 28/10/2010, tudo pareceu um teatro para cumprir as formalidades legais. O representante da empresa Geométrica, responsável pelo EIA-RIMA, apresentou vôos antigos, em que não aparecia o condomínio e muitas novas edificações.
Inquirida a mesa, por diversas vezes, disseram que somente a área de interferência direta aparecia no projeto. Ocorre que, nos slides apresentados, a ÁREA DE INTERFERÊNCIA DIRETA envolve parte do condomínio Klabin Residence e outros prédios recém-construídos. Pela própria metragem apresentada no projeto, não há como ser diferente.
A participação popular, não só do nosso condomínio, mas de todos os moradores da região, inclusive representados pela AMAVM e AMSR, foi UNÂNIME contra o projeto, sobretudo pela falta de transparência e de atualidade do projeto.
Foi uma afronta à inteligência popular, pois a platéia estava documentada de dados atualizados, e a mesa repetia com as mesmas respostas evasivas, dizendo que eventuais problemas seriam resolvidos na fase executiva do projeto.
À todas as luzes, o projeto já está licitado e adjudicado, e só estão cumprindo os protocolos legais para obtenção da licença ambiental.
Gostaria de pedir a gentileza de V. S. de ajudar na divulgação dessa barbaridade.