Ipiranga: Ciclo Samba Paulista promove shows de emergentes do samba
segunda-feira, 17 de outubro de 2011O CPC (Centro de Preservação Cultural) da USP promove nos três últimos domingos deste mês o “Ciclo Samba Paulista – É Tradição… e o Samba Continua”.
O evento, que será realizado na Casa de Dona Yayá, reunirá em show grátis, sempre às 11h, três nomes emergentes da cena paulistana.
A curadoria é do arquiteto Marcos Virgílio da Silva, 35, doutor pela FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e estudioso do assunto. Sua tese de doutorado, defendida em março, falou sobre a urbanização de São Paulo a partir do samba.
O CPC promove ciclos musicais na Casa de Dona Yayá desde que se mudou para o local, há quase dez anos, aproveitando o fato de a USP ter corpos estáveis de cantores e instrumentistas.
Este ano, porém, surgiu a ideia de chamar “curadores com trabalhos específicos em música para trazer gente de fora”, explica o diretor do CPC, José Tavares Lira.
Assim, já houve, por exemplo, ciclos de viola caipira e de música ligada ao sertão. Agora é a vez do samba. “No caso do Bexiga, tem tudo a ver com a história do bairro”, diz Lira.
O Bexiga é berço da escola de samba Vai-Vai e foi frequentado por nomes como Adoniran Barbosa e Geraldo Filme, autor de um samba, “Tradição (Vai no Bexiga pra Ver)”, que inspirou o nome do ciclo.
“Concebi o projeto para mostrar a permanência do samba de São Paulo, de tradição consolidada, mas com uma produção atual muito dinâmica e efervescente”, explica Marcos Virgílio.
ARTISTAS
O primeiro a se apresentar, neste domingo, foi o cantor e compositor Kiko Dinucci, 34. Paulistano crescido em Guarulhos (Grande SP), ele já tem cinco CDs lançados, todos com o samba como “ponto de partida”, mas com influências que vão da música caipira a Itamar Assunção.
No domingo seguinte (23), será a vez de Bisdré Santos, 33, carioca do Irajá radicado no bairro Ipiranga (zona sul de SP), onde toca às quintas e sextas no Gondo’s Bar.
“Desde pequeno ouvia samba e choro em casa e ia para os bares ouvir”, diz ele, que lançará em 2012 seu primeiro CD. Fã de Geraldo Filme e Eduardo Gudin, Bisdré também se apresentará sozinho com o violão, tocando sambas e choros próprios e de nomes como Garoto e Dilermando Reis.
Caberá ao cavaquinista Edu Batata, 39, encerrar o ciclo no dia 30. Paulistano da Lapa, mas crescido em Pirituba, ele já tem o primeiro CD gravado (“Falta mixar e arranjar distribuidora”).
“Sempre ouvi Martinho da Vila, Germano Mathias, Geraldo Filme, Osvaldinho da Cuíca”, conta Batata, que toca atualmente no Você Vai se Quiser, na região da praça Roosevelt, e no Ó do Borogodó, em Pinheiros. O músico se apresentará com um violonista e dois percussionistas.
CICLO SAMBA PAULISTA – É TRADIÇÃO… E O SAMBA CONTINUA
QUANDO 23 e 30 de outubro, sempre às 11h
ONDE Casa de Dona Yayá (r. Major Diogo, 353; tel. 0/xx/11/3106-3562)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre
Fonte: Folha.com